terça-feira, 18 de setembro de 2007

Cacciola - um caso de política


A extradição de Salvatore Cacciola para o Brasil está atrapalhando o sono de muita gente com mãos sujas e rabo preso com o estelionato de colarinho branco.
A "grande imprensa" não fez alarde mas o tucanato tem bons motivos para se preocupar com o recurso da "delação premiada" tão valorizada por ele a cada CPI usada para golpear o governo Lula.
FHC, em particular, deve se preocupar pois em seu governo o caso Marka/Fonte Cindam foi abafado, o principal acusado fugiu pela porta da frente e não ficou esclarecido o vazamento de informação privilegiada sob responsabilidade de altos funcionários do Banco Central e Ministério da Fazenda.
O escândalo Marka/Fonte Cindam envolveu muita política, corrupção e um rombo de 1,6 bilhões de reais aos cofres públicos. Muito dinheiro para que apenas um homem pudesse operar sem pagar polpudos pedágios a detentores de cargos chaves no então governo FHC.
Em janeiro 1999, logo após a promessa eleitoral de que não mexeria no câmbio , Fernando Henrique Cardoso desvalorizou o Real. O Brasil viu-se endividado em dólar e com a economia travada, no entanto alguns setores obtiveram a informação e puderam ou adotar ações preventivas e lucrar a custa de milhões de assalariados. Desemprego em massa, falência e aumento da violência social resultaram de mais essa pataquada neoliberal.
Ironicamente o estelionatário Salvatore pode nos salvar da mediocridade servil de colunistas e comentaristas das indústrias de comunicação, preocupadas que estão em construir o próximo mensalão.
Por outro lado, o governo Lula precisa de uma ofensiva além da retórica porque Salvatore Cacciola não é um caso de polícia: é de política.
A chamada oposição não resistirá unida caso Cacciola comece a revelar os bastidores de um dos maiores assaltos aos cofres públicos promovido por figurões do setor privado com ajuda de elementos de confiança dos paladinos da moralidade tucana.
É fato que isso poderia também desagradar os difusores da tese monetarista presente no atual governo porque evidenciaria a necessidade da mudança radical na política econômica. Mas isso já é outro assunto...

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Para não esquecer

Uns viram, outro não, na dúvida os três vídeos que justificam o porquê da Vale ser devolvida ao povo brasileiro passam ser acessados também aqui no Ruminemos.
Diferente da "grande imprensa" de mente miudinha, sabemos o significado de uma empresa estratégica pertencer ao patrimônio público.
Assistam ao vídeo, maiores informações visitem a página do movimento A Vale é Nossa clicando aqui.
Caso ainda haja dúvidas do mal que essa privatização causou, basta ver o volume de investimentos públicos deixados de ser aplicados. Os lucros agora são privados, pertencentes a um reduzido grupo e não mais ao país.
Não é por ideal que os conglomerados empresariais de comunicação -Globo, Estado, Abril, Folha - defendem a manutenção daquele suspeito leilão de 1997, recebem também seus dividendos. Basta abrir suas páginas e constatar quem financia as páginas publicitárias daquele jornalismo independente de pudores...

domingo, 9 de setembro de 2007

FHC, um propagandista da direita



Os
destemperos verbais de FHC, por mais delirantes que pareçam, refletem boa parte das opiniões de uma elite reacionária instaurada no país. Ao cruzarmos suas declarações com as primeiras páginas da “grande imprensa” dos últimos quatro anos teremos vários pontos coincidentes.
FHC defende a linha privatista, o drástico corte dos investimentos sociais, a diplomacia dos pés descalços nos EUA, retórica do porrete com países que não rezam pela cartilha do Tio Sam, uma concepção preconceituosa de povo e um intelectualismo de salão.
A formulação intelectual de FHC aparentemente é o ponto que menos preocupa a esquerda brasileira chegando-se até torná-la objeto de chacota pelo cinismo e superficialidade das teses propostas por ele. No entanto, estão nessa formulação os planos de estrangulamento do movimento popular, precarização do trabalho, eliminação de instâncias democráticas, maior liberdade para o capital especulatório e, principalmente, a brutalização das realações sociais.
Fernando Henrique tem um discurso em que transparecem dois níveis; um propagandístico e outro progamático.
No nível propagantístico fala de democracia, desenvolvimento, responsabilidade social, diálogo econômico e por aí afora.
No programático fala de privatização de empresas e serviços, autonomia do Banco Central, restrição de direitos trabalhistas, comercialização internacional da educação, redução da democracia, incentivo ao individualismo, enfim a cartilha neoliberal sem delongas.
Para saber dos últimos destemperos de FHC é só visitar o blog Conversa Afiada, porém, para conhecer seu pensamento é necessário ler seus artigos e visitar a página do Instituto Fernando Henrique Cardoso na internet. Um resumo das opiniões do príncipe das socialites está no artigo Sobra moral a Alckmin e falta a Lula publicado no dia 7/09/2006 na Folha de São Paulo, durante as últimas eleições.
Para nossa sorte, FHC não mascara seu desprezo pelo povo. Não banca o bom moço mas tem seguidores que controlam melhor a língua em público ainda que as atitudes revelem as verdadeiras intenções destes.
Mesmo que as idéias divulgadas de Fernando Henrique Cardoso sejam uma compilação de pensamentos liberais, teorias sociológicas duvidosas e relatórios de agências financiadoras como BID e FMI, não podem ser ignoradas pela divulgação dada a elas.
Devem ser combatidas linha a linha sob o risco dessa farsa de projeto torna-se novamente paradgma político no Brasil.