segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

The patriots



Os marinhos, os mesquitas e os frias não conseguem esconder sua torcida pela tão ansiada crise econômica. Os editorias pregam uma austeridade econômica no antigo estilo do FMI – redução salarial, corte drástico nas áreas sociais, redução de serviços públicos e de investimentos pesados.

Nos últimos três meses a linha editorial incentiva cancelamento de crédito e distribuição de renda para as camadas mais populares (C,D e E), coloca em dúvida planejamentos estratégicos como exploração do pré-sal e a reativação da indústria bélica nacional.
Tudo isso em coro com a oposição golpista capitaneada principalmente pelos tucanos.

O senador tucano Artur Virgílio não esconde qual é sua opinião sobre a crise ao recomendar, no Jornal Nacional, medidas amargas e impopulares para salvaguardar a economia brasileira. Leia-se resguardar o lucro máximo das operações financeiras em detrimento da segurança social, desastre executado por FHC nas crises que assolaram seu governo.

Uma pesquisa rápida nos editoriais da primeira quinzena de novembro nos veículos de comunicação e entretenimento comandado pelas patrióticas famiglias citadas no parágrafo inicial deste texto, revelará uma curiosidade estonteante: o IBGE anunciava um crescimento de 6,8% de crescimento no terceiro trimestre do ano, mas a imprensa exortava o apocalipse financeiro. Chegou-se ao extremo da emissora pertencente à família mais poderosa produzir uma matéria, apoiada por “especialistas”, que comentava sobre os males do crescimento da economia e do consumo de bens no mercado interno. Isso antes da novela das 9 horas onde é consumido patê de foi gras como se fosse manteiga.

Os patriotas torcem o nariz pelas iniciativas (ainda insuficientes) para incentivar a produção e manutenção de distribuição de renda no país. Por eles, seria feito como no inesquecível filme Os Fuzis, de Ruy Guerra – esvaziar os armazéns sob vigilâncioa do exército e voltar apenas no tempo das vacas gordas.

Felizmente a perspectiva é outra, mas é preciso manter a atenção afinal o epíteto de golpistas não foi usado nesse artigo apenas como desabafo. As famiglias da comunicação são associadas ao que há de mais reacionário e temerário no país, e por mais que se afirmem patriotas na verdade são Patriots.