domingo, 29 de novembro de 2009

Serra e a diplomacia indesejável

Em artigo intitulado “Visita indesejável” publicado na Folha de São Paulo, 23/11/2009, o governador José Serra ataca a recente atuação diplomática do Brasil e a opção pela soberania no cenário internacional.
O tucano mostra-se afinado com a opinião da Ex-grande imprensa ao criticar politicamente o presidente persa – “o presidente Ahmadinejad, do Irã, acaba de ser reconduzido ao poder por eleições notoriamente fraudulentas. A fraude foi tão ostensiva que dura até hoje no país a onda de revolta desencadeada” – a mesma avaliação nunca foi emitida por Serra em relação aos dois suspeitos mandatos de Bush Jr, quando em visita ao solo brasileiro.

O discurso de Serra é inicialmente revestido pela defesa dos direitos humanos, mas serve como um apoio mal ajambrado para destilar intolerância e pregar uma política diplomática orientada pelos filmes da sessão da tarde, ou seja, devemos receber apenas quem Hollywood considera os mocinhos.

Não é a primeira vez que o governador critica o protagonismo da diplomacia brasileira; anteriormente reproduziu ataque semelhante às relações mantidas com a China.

Fora de sintonia

José Serra demonstra estar fora de sintonia com a nova realidade da política internacional. Os EUA perderam muia influência no cenário político externo devido a agressividade da era Bush, o que obriga os estadunidenses a mudar sua retórica e dialogar com a China, antes duramente criticada por eles. Barak Obama não escondeu a necessidade de estabelecer relações mais estreitas com o governo chinês devido a conjuntura econômica e pelo enfraquecimento da tática militar que sofre diárias derrotas no Afeganistão e no Iraque. Até com Irã há a tentativa de aproximação por parte de Obama. Só o ocupante do palácio dos Bandeirantes não sabe.

Diplomacia da dependência

Se FHC discorre sobre a Teoria da Dependência, Serra a aplica em sua concepção diplomática; no artigo há críticas ao procedimento do Itamaraty em Honduras e à correta atitude de resguardar a tecnologia nuclear nacional contra pirataria e espionagem internacional.
O hesitante virtual candidato demo-tucano já havia anteriormente manifestado seu apoio às análises dos editorias dos frias, marinhos, civita e mesquitas referentes ao golpe hondurenho. Sem acrescentar nada de novo, apoiou o ataque a democracia e o precedente aberto na América Latina para outro aventureiros. Quanto à tecnologia nuclear, repete apenas a preferência do governo de Fernando Henrique Cardoso por impor uma política de joelhos ao Brasil. Nem essa atitude é original em José Serra.

Despreparo

Serra ainda está atrelado a um passado histórico que remete ao Brasil colônia quando os mandatários do país deviam incontestável lealdade à matriz do império português.
O tucano sequer parece perceber novas matizes no mundo pós-crise internacional que permitem uma atuação mais intensa de Brasil, China e Índia onde antes dominavam os EUA e a Europa. Está preso uma realidade pretérita e falsamente estática. Isso demonstra seu despreparo à pretensão de assumir a presidência do país, uma vez que sua percepção do cenário internacional é restrita ao que lê nas páginas de jornais cada vez mais dogmáticos. Observando mais atentamente sua administração, até mesmo como governador José Serra mostra seu alheamento ao mundo e principalmente, aos interesses do povo brasileiro.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Honduras, laboratório de neo-golpes

As eleições em Honduras, apoiadas pelos EUA e pelo Partido da Imprensa Golpista - PIG, são a legitimação do golpe contra Manuel Zelaya.

Abre precedentes na américa latina, e no mund,o para neo-golpes desferidos a partir de um judiciário comprometido com as forças reacionárias da sociedade. No Brasil, um sonho para editores de panfletos direitistas travestidos de revistas semanais e jornais diários.
Bolívia, Venezuela, Equador e Argentina também estão sob mira de grupos semelhastes aos que passaram por cima da frágil democracia hondurenha.

Sincronia

Uma característica marcante no golpe de Honduras foi a sincronia do judiciário, legislativo, forças armadas nacionais e a imprensa de direita de toda a América.
Editoriais justificando política e juridicamente o movimento golpista foram tirados da gaveta e atualizados para 2009. As notiícias sobre a censura, perseguição e destruição de maquinário da imprensa antigolpe no solo hundurenho foram mascaradas ou silenciadas pelos jornalões, tão ciosos da liberdade de expressão quando tratam de mentir.

A volta dos mortos vivos

Vários ex-qualquer coisa do governo FHC foram convocados para criticar a postura Brasileira contra o golpe e legitimar, com um juridiquês oportunista, a manobra da elite hondurenha.
Os EUA depois de uma hesitação inicial, voltaram ao seu antigo papel de financiar e apoiar descaradamente a derrubada de governos populares que deselvolvem políticas de soberania nacional, o que fere os interesses estadunidenses.
É a volta dos mortos vivos da Cia e seus porta vozes instalados em instituições de governos democráticos ou nas redações de jornalões.

Laboratório

Honduras é um laboratório para grupos direitistas do mundo inteiro. Em nome de uma democracia afinada com os interesses do império estadunidense, inventaram o golpe legalizado. Ou seja, mais uma vez se confirma a máxima marxista que as instituições no capitalismo servem, em primeira instância, às elites capitalistas.

No Brasil é mais difícil um golpe desses, no momento, devido ao protagonismo internacional do governo Lula, mas como o grande irmão do norte é sempre faminto por poder econômico e político, estar atento a figuras como Gilmar Mendes e Marco Aurelio nunca é demais.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

FHC surta o verbo!

(ou Quo Vadis, FHC?)

O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acaba de se tornar o maior cínico da história republicana brasileira após escrever o artigo Para onde vamos? publicado no Estadão e repetido por uma vara de bacuris regionais do PIG.

O tucano, quando governo do Brasil, ordenou a ocupação de refinarias da Petrobras pelo exército, perseguiu o MST com o todo aparato jurídico e policial a seu dispor, chamou os brasileiros de botocudos e vagabundos, admitiu esconder segredos do povo, mudou a constituição para ficar mais tempo no poder, proibiu CPIs, governou por decreto, desconsiderou o Congresso Nacional, desmantelou o patrimônio público, escondeu um filho fora do casamento, fez inúmeras viajens com o intuito exclusivo de alimentar o narcisismo voraz, isso apenas para citar alguns de seus atos no poder.

FHC quer que esqueçamos o autoritarismo neoliberal praticado por ele durante seus oito anos como presidente, sem mencionar o tempo que ficou no Ministério da Fazenda durante a gestão de Itamar Franco. Atribui, desavergonhadamente, seus defeitos ao governo Lula, como faz logo no início do artigo aqui citado: "enxurrada de decisões governamentais esdrúxulas, frases presidenciais aparentemente sem sentido e muita propaganda". Ou seja, tenta tranferir a s características de sua administração antipopular ao mais aclamado governo do país.

Henrique Cardoso parece acometido do temor do esquecimento e por isso recorre ao golpe baixo da crítica mentirosa para ver-se no centro das atenções. As fami(g)lias midiáticas lhe dão respaldo e reproduzem palavras de quem demonstra um descontrole verbal sem precedentes na política.

A perplexidade com as palavras do príncipe das docialytes só não é maior porque uma das características dos governos neoliberais é esconder suas atrocidades atrás de palavras como democracia e liberdade; vide Bush, Fujimori, Menen e o próprio FHC que não hesitaram em sacrificar a economia, segurança e bem estar social de seus países, sempre em nome dos mais altos valores ocidentais.

O discurso do ex-mandatário é construído através de remissões a vários clichês da imprensa golpista que ataca a lei do pré-sal, a cadidatura de Dilma Roussef, a popularidade de Lula, a projeção do Brasil no exterior, a valorização das forças armadas, etc.
Fernando Henrique expõe, discursivamente, o seu fracasso como sociólogo e como governo. Não esconde o melindre de seu ego e procura desqualificar vitórias que extrapolam o âmbito pessoal de Lula - são conquistas de uma população que reconhece um governo popular.

A máxima do texto está em seu fechamento: "Termino dizendo que é mais do que tempo de dar um basta ao continuísmo, antes que seja tarde." Tarde para quem? Para o PIG que a cada dia perde a credibilidade? Para os especuladores que apostaram contra o país e perderam mercado para os bancos públicos? Para a elite racista que começa a ter contestada sua visão de Casa Grande? Para os tucanos engalfinhados entre serristas e o resto do bando? Conhecendo o Farol de Alexandria, como o denomina Paulo Henrique Amorim, não é do povo que FHC fala.

Delírios de um falador

O PSDB não quer ser associado a FHC depois de ter sofrido duas fragorosas derrotas em eleições federais. O povo há muito tempo rejeita aquele que jogou sua auto estima a níveis abismais. Até mesmo as forças armadas o consideram veladamente como um traidor pelo sucateamneto da tropa em seu governo.
Ainda assim, Fernando Henrique Cardoso acha-se merecedor de alguma atenção além daquela que lhe é dada pelo reduto do PIG-DEMO-PSDB e das rídiculas peruas plastificadas do fracassado cansei.
Sua coerência de boquirroto não mantém consistência quando confrontada, como podemos verificar em sua entrevista no Hard Talk, programa da BBC que dispomos nesta página.

Concluímos que FHC surtou mais uma vez, vai gerar protestos, uns tantos defensores mais raivosos que delirantes, mas voltará ao seu lugar devido: ao monturo onde depositou seu governo.