terça-feira, 28 de agosto de 2007

Lucro Privado, Prejuízo Público


O capitalismo, simultaneamente com suas crises periódicas, demonstra uma transparência econômica de uma fábrica de salsichas que abre suas portas à visitação.
A crise das bolsas de valores do mundo tem sua origem na especulação irresponsável e arrogante de Wall Street . Aproveitando-se da posição político-militar dos EUA, mega investidores inflaram artificialmente o mercado imobiliário estadunidense ancorando-o ainda a capital estrangeiro.
As conseqüências da roleta financeira foram sentidas nos cinco continentes com bilhões de dólares migrando de acordo com ventos alimentados hora por boatos, hora por intervenção dos bancos centrais.
Aí é que surge a transparência da fábrica de salsichas: dinheiro público mundial para salvar lucros muito particulares.
A imprensa anuncia, sem o menor constrangimento, a intervenção estatal nos mercados locais e regionais para evitar as falências em cadeia. Sob o argumento de resguardar a estabilidade mundial, os cofres públicos foram abertos, mas nenhuma empresa foi estatizada. Prejuízo público, lucro privado.
Nenhum comentarista de política econômica do Partido da Imprensa brasileira condenou as medidas tomadas para preservar a chamada "exuberância do mercado financeiro". Tripudiam das políticas sociais, da criação de universidades, concursos públicos, casas populares, etc.
Praticamente sugeriram guerra cotra Bolívia quando este país resolveu mudar o preço do gás e estatizou as refinarias. Em relação aos especuladores, no máximo uma reprimenda como se tivessem sido flagrados em uma travessura de pouca importância.
A exposição dessa crise cíclica do capital, apesar de vendida como algo corriqueiro, traz grandes lições do quanto é destrutiva a alta concentração de renda e de que intervenção dos bancos centrais no mercado tornou-se eufenismo para apropriação da produção social.
Mas o que preocupa nossos paladinos da chamada imprensa livre são as justas reivindicações de distribuição de renda veementemente combatidas por "aumentar impostos" entre outros crimes contra o lucro.
Enquanto isso, madames e adeptos dos modismos cafonas de Miami desfilam sua ignorância na Daslu ou em atitudes cansadas.

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