quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Pelo corte dos gastos públicos (com os interesses privados)


Miriam Leitão, Bóris Casoy, o Estadão, a Folha de São Paulo e as empesas Globo, a Veja e Isto É são euforicamente consensuais quando o assunto é corte de gastos públicos. Os comentaristas e âncoras das empresas de comunicação têm intensificado a repetição do mantra redução de gastos do governo apontando para redução de investimentos em infraestrutura e setores sociais - a velha fórmula neoliberal.

Não comentam os bilhões já liberados para os bancos privados que são os únicos a nunca perderem nas sucessivas crises econômicas pelas quais o país passou.
Não citam sequer uma linha sobre a renúncia fiscal do governo federal que possibilita ao Itaú, a privatizada Vale, HSBC, Unibanco e outras empresas produzirem projetos culturais nem sempre voltados para as camadas com dificuldade de acesso a esse direito social. Basta ver onde são realizados os eventos ITaú Cultural, em São Paulo, do HSBC, em Curitiba e por aí afora.

O governo demo-tucano do prefeito-governador-presidente José Serra faz pior; reduz a arrecadação do ICMS das grandes empresas a título de incentivo à concorrência (leia-se guerra fiscal). Com isso, as universidades públicas paulistas ficam na dependência das famigeradas fundações, verdadeiros mistérios quanto aos destinos do financiamento e pesquisa por elas capitaneadas. A Adusp - Associação dos Docentes da USP, tem até um Dossiê Fundações que sequer foi citado quando as empresas de comunicação e entretenimento do país denunciaram o reitor da Unb. O motivo é um só: o silêncio em torno das administrações demo-tucanas de São Paulo.

Outra fonte de gastos milionários com dinheiro público é a publicidade institucional. Os governos de todas esferas deveriam rever contratos e critérios para contratação de serviços de mídia. Milhões são absorvidos por poucos latifundiários da comunicação. A líder de captação desse tipo de verba no país são as empresas Globo, mas convenientemente não sugerem cortes nessa área.

Assim como a hipócrita postura dos neoliberais ao reverenciar o estado mínimo somente nos momentos lucrativos e cobrar do Estado o ressarcimento dos prejuízos, os mercenários da pena como Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo, da muitas vezes desmoralizada Veja, não contrariam o interesse dos patrões, mas são verdadeiros prodígios para adjetivar negativamente os programas sociais e o investimento em educação por exemplo.

Tributação de fortunas, mudança nos critérios de reforma fiscal, mudança nos critérios e preços dos contratos de propaganda institucional, redução de juros e principalmente mudança na política econômica voltada para atender o cassino financeiro, cortaria os gastos públicos em bilhões, mas isso não estará no Jornal Nacional nem na Veja.

Nenhum comentário: