segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A TV a cabo te U.S.A

Quando a TV a cabo chegou ao Brasil havia a promessa de liberdade do telespectador. Filmes alternativos, programas de qualidade, barateamento das assinaturas, jornalismo crítico sem a urgência pautada pelo ibope das novelas das sete e das nove. Tudo isso sem precisar suportar constantes interrupções dos comerciais.


Dezoito anos depois das primeiras concessões da TV por assinatura no país, praticamente todas as promessas foram descumpridas. Há uma oferta maior de canais, mas é acessivel a poucos que podem pagar os preços abusivos praticados pelas operadoras.

Multiplicidade de canais sem variedade de opções, é essa a situação das transmissões brasileiras de TV por assinatura atualmente.


Alías, é um equívoco falar em transmissão brasileira: mais de 90% da programação tem origem nos Estados Unidos. Seriados, jornalismo, talk shows, filmes, animação, documentários e outros tantos programas de qualidade duvidosa são produzidos por um único país com todo seu preconceito, consumismo e desprezo pelo resto do mundo.

Quando há excessões, elas são geralmete européias. Nada de América Latina, Caribe, África e Ásia. Boas produções nacionais estão principalmente nos canais educativos, que são abertos com forte participação estatal.

As empresas Sky e Net determinam cerca de 80% do que é transmitido nas Tvs por assinatura no Brasil e não querem abrir mão disso. Oferecem um arremedo de produção de vídeo nacional e sequestram a possibilidade do país de se conhecer, explorar suas semelhanças e diferenças.

A TV a cabo te U.S.A sem a menor hesitação em todos os apectos; culturais, históricos, estéticos, econômicos, filosóficos e até eleitorais. Nesse último caso há um paradoxo - não transmitem a mesma propaganda gratuida do TRE mas praticamente fazem isso com as eleições para presidente dos EUA.

Neste momento de falência do modelo neolibera,l aTV paga mostra-se anacrônica e fora da realidade nacional porque trata a insolvência do sistema financeiro como se fosse gerado por geração espontânea. Não há uma retrospectiva apontando o epicentro para o famigerado Consenso de Washington, não há um mea culpa por ter vendido a ilusão da prosperidade para os povos caso se submetessem à "liberdade do capital globalizado".

A mudança das maravilhas da globalização estruturada em um mercado financeiro cada vez mais lucrativo e artificial para uma das piores crises econômicas dos últimos 80 anos parece apenas uma troca de canal ou a estréia de um seriado novo.

Não é coincidência que qualquer rumor de regulamentação do setor toma proporções de catástrofe para os defensores da "liberdade" das operadoras de TV por assinatura. Arrogam-se no direito de nos empurrar o máximo de enlatados, cobrando preços exorbitantes, investindo o mínimo além de transmitir a mediocridade deu projeto de mundo caduco.
São violentos também contra a TV Pública por esta assumir propostas diferentes das redes privadas acostumadas a manter um monopólio voltadas pra interesses de grupos restritos.

Deixamos muitoclaro que não nos posicionamos contra a TV por assinatura. Somos contra uma TV monolítica que U.S.A o espectador e por isso convidamos para uma reflexão que aponte para uma programação plural no âmbito nacional e internacional para haver uma real liberdade de escolha.

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